Conforme a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 2008), as
plantas medicinais são plantas capazes de tratar ou curar doenças. Estas plantas têm tradição, pois são usadas como remédio em uma população ou comunidade. Para que sejam usadas, é necessário conhecer a planta e saber onde colher e como prepará-la. Já o Fitoterápico é o resultado da industrialização da planta medicinal para se obter um medicamento. Assim, a diferença entre planta medicinal e fitoterápico reside na elaboração da planta para uma formulação específica, o que caracteriza um fitoterápico.
As plantas terapêuticas, desde o início da história da humanidade e até o final do século passado, desempenharam um papel chave na cura das doenças. O homem pré histórico já utilizava e sabia distinguir as plantas comestíveis daquelas que podiam ajudar a curá-lo de alguma moléstia (FRANCESCHINI FILHO, 2004).
A natureza foi, portanto, o primeiro remédio e a primeira farmácia a que o homem recorreu. Imagina-se que foi por meio da observação dos animais que o homem iniciou a utilização das plantas terapêuticas (LIMA, 2006).
Ao se referir às plantas, em especial as medicinais, não se pode deixar de
ressaltar que o conhecimento adquirido sobre essas espécies, seus usos, indicações e manejo são uma herança dos antepassados, que de forma tradicional, têm passado seus conhecimentos de geração a geração, desde os tempos mais remotos até os dias atuais.
Os chineses, egípcios, indús e gregos foram os primeiros a catalogar as ervas
medicinais, classificando-as de acordo com a sua forma, cor, sabor e aroma, incluindo ligações com os astros e, evidentemente com seus atributos mágicos. Desta forma, as plantas foram ao longo das diversas gerações sendo manipuladas e utilizadas para as mais diversas finalidades terapêuticas, gerando assim um rico conhecimento tradicional (LIMA,2006).
Entre 1880 e 1900, começaram as mudanças com o desenvolvimento do
primeiro medicamento sintético. Após a II Guerra Mundial, as pesquisas com ervas medicinais foram deixadas de lado pelo grande avanço das formas sintéticas, sendo retomadas somente nos dias de hoje.
Em âmbito internacional e no terreno da fitoterapia, a Flora Brasileira sempre
foi vista como riquíssima, com aproximadamente 20% das 250 mil espécies de plantas catalogadas no planeta. Pode-se considerar que apenas para o bioma Cerrado, ocorram mais de 600 espécies medicinais.
É importante considerar que atualmente, o emprego de plantas com propriedades terapêuticas não se baseia apenas no saber advindo do senso comum, construído culturalmente. Muitas delas estão sendo estudadas cientificamente. Segundo Arnous, Santos e Beinner (2005), o desenvolvimento da tecnologia e o interesse em confirmar o conhecimento em medicina popular são os responsáveis pelas pesquisas científicas sobre as plantas medicinais e seu valor terapêutico.
A ampla aceitação pela maioria dos profissionais do uso de Plantas Medicinais
e Fitoterápicos, deve-se segundo a estes profissionais, ao baixo custo, determinado pelo fácil acesso, principalmente com relação às plantas medicinais, pois muitas delas podem ser encontradas ou cultivadas no próprio domicílio ou podem ser encontradas em feiras, mercados e barracas. Para outros profissionais, o benefício se dá por ocorrerem menos efeitos colaterais.
A maioria dos efeitos colaterais conhecidos, registrados para plantas medicinais, são extrínsecos à preparação e estão relacionados a diversos problemas de processamento, tais como identificação incorreta das plantas, necessidade de padronização, prática deficiente de processamento, contaminação, substituição e adulteração de plantas, preparação e/ou dosagem incorretas.
É necessário o conhecimento sobre os efeitos terapêuticos das plantas medicinais, indicações, formas de usos, bem como seu preparo, para conservar seu princípio ativo, garantir a eficácia do tratamento e evitar os agravos de saúde. Cabe ressaltar que uma planta pode tornar-se tóxica para o organismo dependendo da quantidade, forma de administração, mistura e freqüência de uso.
As pesquisas realizadas para avaliação do uso seguro de plantas medicinais e fitoterápicos no Brasil ainda são incipientes, assim como o controle da comercialização pelos órgãos oficiais em feiras livres, mercados públicos ou lojas de produtos naturais.
Diante desses estudos seria interessante chamar a atenção das autoridades,
como a Vigilância Sanitária para a necessidade da promoção de cursos de capacitação, orientação dos profissionais da saúde conforme a legislação vigente com intuito de estar protegendo a saúde pública, emitindo certificados dessa capacitação. Poderia se pensar na possibilidade de um local específico para o comércio dessas plantas, como por exemplo, um centro de plantas medicinais.
Seria o momento também para as universidades, principalmente nos cursos de
saúde, incluírem nas grades curriculares desses cursos noções básicas sobre plantas medicinais e fitoterápicos com o objetivo de despertar nos estudantes um conhecimento sobre essas práticas terapêuticas.
Olá, parabéns pelo Blog!
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Cordialmente, Bianca Pardim.
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